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O instrumento, no meu caso, foi um violão que pertencia a minha Irmã. Ele já pertencerá ao meu irmão que tentou, sem muito sucesso, dedilhar alguma coisa. Agora era de minha irmã. Na época eu tinha uns dez anos e vivia cercado de música.

Filho caçula, escutava minhas irmãs cantando (elas formavam uma dupla) e observava também o cuidado delas com os seus “cadernos de hinos”. Meu pai, em seus raros momentos de folga, tocava um velho acordeon, concentrado, escolhendo as melhores notas de ouvido – seria ele quem iria me ensinar a afinar o violão. O detalhe é que meu pai jamais arriscou um acorde nas seis cordas! Outra de minhas irmãs – famíia grande! – tocava clarineta na “banda” da igreja. Ela usava o método bona, lembra dele?
Essa família atraiu músicos ou apaixonados pela música. Minhas irmãs se casaram e os cunhados Walter (cantor com vários CDs gravados – ainda ouço sua voz em meus ouvidos!), João (quantos discos e cassetes ele tinha!); Norberto (discos e cassetes – inclusive de sua experiência pré-conversão – tocados numa “Sonata”. Que saudade!); mais tarde, o Lucas (formamos juntos com minha irmã caçula, meu primeiro grupo: o Grupo Êxodo! Eu era um adolescente). O Nelson gostava mais dos cálculos!

É claro que nesse “caldo musical” se encontrava de tudo: Otoniel e Oziel, Vitorino Silva, Ozéas de Paula, Luiz de Carvalho, Mara Dalila, Dalvani, Eunice, Harpa e Cantor Cristão e por aí vai!

Não me esqueço também de ouvir Terry Winter, Pholhas, Renato e seus Blue Caps e, lógico, Roberto Carlos! - influência do JB - o cara que trouxe um violão pra casa quando eu era menino - isso nos anos dos radiogravadores - você lembra, certo?

 

Lembro-me de um dia em que, mexendo no dial do rádio da família, que ocupava lugar de destaque sobre a estante, encontrei o sinal de uma rádio local que tocava uma música diferente. A canção era meio que sussurrada e eu - que já tocava alguma coisa no violão – não conseguia entender os acordes... Eu tinha a impressão que o instrumento ou estava afinado de uma forma diferente ou estava desafinado! Na época eu não tinha ideia de que aquilo “era bossa nova, e era muito natural”.  Aquela música me fascinou e em pouco tempo eu “descobri” outro violão dentro daquele que eu já conhecia até bem! Nos próximos anos eu iria escutar na rádio Cultura de Londrina músicos como João Gilberto, Tom Jobim, Toquinho, Vinicius de Moraes, os Caymmi...
No mesmo período conheci o trabalho de um pessoal que vinha fazendo uma música da melhor qualidade: Vencedores por Cristo (anos do Jaime Kemp), depois Logos, Milad, Sérgio Pimenta, Elo, Guilherme kerr e, claro, João Alexandre Silveira – jamais poderia imaginar que anos depois iria me casar com a Dalvani e que faríamos JUNTOS com a participação do João! Que legal!
Mas tarde comecei a compor... Eu nunca me preocupava em gravar minhas criações e muita coisa perdeu-se. Hoje as canções estão mais raras, mas melhor elaboradas. O tempo tem me ensinado a apreciar sabores, perfumes e sons que antes eu não conhecia... ele trouxe também alguns amigos, parecerias muito acrescentadoras – em JUNTOS você confere algumas.

Quem toca um instrumento musical vive um lado da vida que as pessoas que não tocam não vivem.

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